Brasil é um destino natural para a exportação Portuguesa tanto pelo tamanho e potencial do seu mercado quanto pela proximidade linguística e cultural que facilitam um contexto amigável para o desenvolvimento de negócios e parcerias.
Porém também é verdade que tradicionalmente Brasil tem sido considerado um país de certa forma complicado como destino exportador. As barreiras burocráticas, custos de alfândega, dificuldades legais além de outros aspetos desmotivaram muitas vezes o desenvolvimento de iniciativas exportadoras desde Portugal e desde Europa no geral. O conceito “Custo Brasil” ainda se utiliza para identificar as despesas extra que a empresa exportadora deve considerar em términos de dinheiro e tempo em comparação com outros mercados de importância mundial.
Essas dificuldades estão a caminho de se reduzir significativamente e uma grande porta começa se abrir para os mercados europeus, dentre os quais Portugal deverá ser um grande beneficiado: o acordo EU-Mercosul.
O Mercado Comum do Sul, conhecido como Mercosul, é um bloco econômico sul-americano formado pelo Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e outros países associados e observadores. Foi criado oficialmente em 1991, na tentativa de aumentar a oferta de emprego e renda, melhorar a produtividade e intensificar as relações econômicas entre os países.
O Mercosul tem quase 300 Milhões de consumidores e, tomado como grupo, é a quinta maior economia fora da União europeia.
A União Europeia é o segundo parceiro comercial do Mercosul, atrás da China, e o primeiro em matéria de investimentos. Já o Mercosul, é o oitavo principal parceiro comercial extrarregional da União Europeia.
Em junho de 2019 se alcançou um acordo entre a União Europeia e os quatro países fundadores do Mercosul: Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai para o livre comercio (FTA) que atualmente está em fase de revisão legal e será votado pelos membros da União.
O tratado UE-Mercosul, quando tenha sido ratificado, será um dos maiores acordos comerciais da história e o maior da União europeia em relação à população envolvida: 780 Milhões de pessoas. É também um dos maiores em volume comercial abrangendo mais de 40 Bilhões de euros de importações e exportações. A área afetada constituirá um 25% do PIB mundial e virará a maior área de livre comercio do mundo.
O FTA eliminará os direitos aduaneiros do 91% dos bens da União europeia exportados para o Mercosul. Eliminará por exemplo os direitos de importação para exportações tais como vinho, chocolate, bebidas espirituosas, bolachas conservas de frutas e refrigerantes. O tratado protegerá também as indicações geográficas europeias nesses mercados.
Os exportadores da União Europeia se beneficiarão das reduções alfandegarias progressivas que, com o decorrer do tempo, significarão uma poupança anual de mais de 4.000 Milhões de euros para as empresas.
O acordo económico faz parte de um contexto maior para uma cooperação intensificada entre os países da União Europeia e o Mercosul, incluindo uma base política e de cooperação.
Embora existam ainda algumas dificuldades para a ratificação final por parte de alguns países, parece que Europa no deixará passara a oportunidade de aumentar a sua influência sobre o mercado sul-americano. Caso contrário, a China continuaria o seu crescimento continuado na região apesar da sua baixa sensibilidade pelas questões ambientais e de sustentabilidade.
Europa tem a oportunidade de afirmar um maior protagonismo no cenário do comercio mundial. O acordo compromete as duas partes na cooperação em questões ambientais incluindo a luta contra a deflorestação amazônica. A oportunidade de fazer um impacto positivo na região é grande e pode se mostrar nos próximos anos como um exemplo em favor de um modelo sustentável de desenvolvimento.
Os escritórios da How2Go no Brasil e Portugal oferecem apoio e assessoria para aproveitar as oportunidades que se abrem com o novo contexto. Para mais informação podem entrar em contato no correio how2go@h2gconsulting.com