França e Portugal têm desde sempre uns vínculos profundos e sólidas relações comerciais. Entre crises e pandemia, estas relações fortaleceram-se ainda mais. Hoje, França está no top três dos parceiros económicos de Portugal. Porque é que as empresas francesas devem continuar a investir em Portugal?
Em termos de relações comerciais, a balança comercial luso-francesa é deficitária para França. A crise pandémica veio quebrar as relações comerciais internacionais em 2020, incluindo as trocas França-Portugal, mas em 2021 os valores de transações já se encontravam similares aos de 2018, com 5,3 bilhões de euros.
Entre janeiro e julho de 2020, mais de 7% das importações de bens em Portugal vinham de França, o que salienta Florence Magin, embaixadora de França em Portugal. Os seguintes valores apontam para os vínculos privilegiados entre Portugal e França:
As trocas comerciais franco-portuguesas salientam nomeadamente a importância do setor automóvel, uma vez que em 2021 os produtos de construção automóvel ocuparam o primeiro lugar tanto nas exportações (12,3%) como nas importações (13,6%). No mesmo segmento, os equipamentos automóveis também representam 6% das transações.
Observando os setores de exportação francesa, salientamos também os produtos químicos, os produtos provenientes das culturas e criação, os produtos farmacêuticos e de construção aeronáutica.
Os principais produtos portugueses importados em França são, além dos produtos de construção automóvel, os móveis, calçado e marroquinaria, vestuário e produtos plásticos.
Em 2021, França foi o maior investidor estrangeiro em Portugal com cerca de 10 mil milhões de euros de investimentos diretos no estrangeiro, ou seja 7% do total recebido em Portugal. Esta posição já aponta para sinais de permanência em 2022. Com mais de 700 empresas francesas, estas empregam mais de 60.000 trabalhadores portugueses. Em 2019, em termos de valor agregado bruto, as empresas francesas contribuíram 23% do total do VAB gerado por empresas estrangeiras em Portugal. No que diz respeito ao serviços, a França é o primeiro exportador de serviços em Portugal (14,8% das importações), à frente da Espanha com 14%.
Segundo a CCILF, as intenções de investimento francês em Portugal têm vindo a aumentar, nomeadamente em áreas tais como a investigação científica, a biotecnologia, a economia do mar, a indústria e a construção. Em certos setores tais como os transporte e logística, o comércio e a informação e comunicações, as empresas francesas ocupam o primeiro lugar enquanto empregadoras. Porém, salientamos que a presença francesa em termos de investimentos não é apenas salientada num setor em específico mas que abrange todos os setores da economia portuguesa, numa lógica de sólida parceria a longo prazo.
O interesse francês em Portugal, já salientado a nível turístico, manifesta-se também em termos económicos, sobretudo graças ao superar da crise em Portugal, devido a numerosos esforços. O sair da crise em Portugal transmitiu ao país uma imagem de confiança e estabilidade: critérios que aumentaram a credibilidade do país e assim a atração dos capitais estrangeiros, nomeadamente franceses. Assim, a partir do 3º trimestre de 2020 salienta-se um aumento do fluxo de IDE com 144 583,94 milhões de euros. As principais origens dos fluxos são de países da OCDE e zona Euro. No primeiro trimestre de 2022, os fluxos de IDE chegados a Portugal atingem o seu maior valor em 154 980,84 milhões de euros.
Florence Mangin justifica a escolha de Portugal por grandes empresas francesas através de diversos motivos, tais como, considerações ligadas à mão de obra bem formada, poliglota, multicultural e com a reputação de ser flexível e responsável ao mesmo tempo; a qualidade das infraestruturas (frequência das ligações aéreas com França, qualidade das redes de informação); a ausência de risco político; a hospitalidade e as ajudas financeiras propostas aos investidores estrangeiros pelos poderes públicos.
Apontado por Rui Paulo Almas, diretor da delegação da AICEP em França, a crise de covid-19 também foi benéfica no sentido de encurtar as cadeias de produção, sob pressão da União Europeia. Neste sentido, Portugal é, com uma das mãos de obras mais eficaz da Europa, um destino maioritariamente escolhido para a deslocação de atividades produtivas.
O mercado português revela-se sendo um mercado atraente de baixo risco, o que garante alguma segurança nos investimentos, principal critério procurando pelos investidores. Por mais que a presença de numerosas empresas francesas já no mercado, a proximidade geográfica deste e o desenvolvimento cada vez mais importante do interesse por Portugal em numerosas áreas, são motivos pelos quais a escolha do mercado português é uma escolha acertada para investimentos de empresas francesas no estrangeiro.
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