De modo geral, o setor alemão da construção tem uma perspetiva positiva. O investimento público em infra-estruturas, a digitalização, energia, renovações de habitações eficientes, bem como uma (verde) economia circular, apoiada pelo financiamento da União Europeia, lideram o crescimento futuro do setor. Apesar do balanço positivo, o setor de construção civil tem sido cada vez mais afetado pela escassez de materiais. A escassez de fornecimentos para a construção tem-se feito sentir desde que a economia entrou em fase de recuperação. Estas dificuldades estão relacionadas com a falta de ajuste entre a oferta e a procura, depois de muitas empresas terem estado encerradas durante os períodos de confinamento, reduzindo os seus stocks e também a própria capacidade de produção.
O volume da construção atingiu aproximadamente 1 trilião de euros em 2021, ficando aquém do valor do ano pré-pandémico de 2019 em 25 mil milhões de euros. Dados indicam que é provável que a recuperação económica geral seja caracterizada por uma taxa de crescimento mais elevada e estima-se que o nível pré-crise deverá ser atingido no ano de 2023.
Fonte: Trading Economics, 2022
A produtividade neste setor apresenta uma tendência crescente, de 58.600 euros em 2010 para 66.057,3 euros em 2017 (+12,7%), bem acima da média da UE de 50.079 euros no mesmo ano. Em 2018, diminuiu para 63,801 euros, representando um impulso de 8,9% desde 2010. Em 2020, a produtividade declinou em relação aos anos anteriores, embora tenha aumentado desde 2010. Ainda no ano de 2020, no subsetor do fabrico, a produtividade laboral atingiu 57.527 euros, apresentando um crescimento de 19,3% desde 2010.
No que diz respeito ao lucro, o volume de negócios total do setor da construção ascendeu a 579,7 mil milhões de euros em 2018, registando um aumento de 53,6% em comparação com os níveis de 2010 (377,3 mil milhões de euros). Este crescimento foi impulsionado por um aumento em todos os quatro subsetores — a (estrita) construção (+117,0%), a arquitectura e actividades de engenharia (+71,6%), os bens imobiliários (+30,1%) e o fabrico (+6,7%), durante o mesmo período.
No ano de 2020, havia 4.662.042 pessoas empregadas no setor alemão da construção, 58,7% mais que em 2010 (2.938.001 pessoas). Isto foi impulsionado por um aumento significativo do número de pessoas empregadas no subsetor da construção (84,8%), seguido das atividades de arquitectura e engenharia (46,8%) e das atividades imobiliárias (31,5%) durante o período de 2010 – 2020. Por outro lado, o subsetor da indústria transformadora registou um declínio de 3,9% durante o mesmo período.
O setor da construção é diversificado, inovador e cria projetos que duram gerações. Hoje em dia, 64,5% da população total é constituída por pessoas em idade activa, mas espera-se que esta percentagem diminua nos próximos anos, atingindo 60,3% em 2030 e 58,0% em 2050. A taxa de desemprego das pessoas com idades compreendidas entre os 25 e os 64 anos era de 3,5% em 2020, significativamente inferior à taxa de 6,7% em 2010 e à média da UE (6,3%). Da mesma forma, a taxa de desemprego dos jovens (com menos de 25 anos) era de 7,0% em 2020, muito inferior aos 9,8% em 2010, e à média da UE, que era de 16,8%. Prevê-se que a tendência para o declínio do desemprego melhore ainda mais, em parte devido a iniciativas governamentais como a Lei sobre Oportunidades de Participação e Qualificações (“Teilhabechancengesetz”).
A construção residencial continua a ser um pilar da indústria da construção mesmo nos anos pandémicos. No final de setembro de 2021, o balanço dos pedidos neste setor era de 13 biliões de euros, um aumento de quase 20% em relação ao do ano anterior. Até então, tinham sido aprovados à volta de 282.000 apartamentos, cerca de 5% a mais do que no mesmo período de 2020. Embora se tenha verificado um forte aumento de encomendas (+13%) de janeiro a setembro, sobretudo na construção de edifícios (+18%), as licenças de construção apresentam um quadro muito diferenciado consoante o tipo de edifício, marcado pelos anos pandémicos. Como esperado, o volume de aprovação (com base nos custos de construção) para edifícios comerciais ficou 14% abaixo do nível do ano anterior, enquanto que o aumento do comércio online suportou a procura de espaço de armazenamento, pelo que o volume de aprovação do ano anterior é aqui atingido. A partir de setembro de 2021, a disposição da indústria em investir em novas instalações e oficinas não atingiu o nível fraco do ano anterior.
No ano de 2021, houve vendas de 50,3 biliões de euros (+1%) em construção comercial (grandes edifícios). Para 2022, estima-se vendas de 53,3 biliões de euros (+6%) em construção comercial. O aumento das despesas com pessoal e segurança social limitou o investimento em projetos de construção municipal. Para este ano, as organizações também esperam um declínio nos investimentos municipais em construção de quase 9%. Na atualidade, o setor da construção alemão está comprometido com as metas de proteção climática . Muitas empresas alemãs afirmam querer ser parte da solução e não do problema, construindo mais casas inteligentes, reformas em série e uma análise do ciclo de vida dos materiais, e outras etapas de digitalização como possíveis módulos de solução.
O setor da construção é o maior consumidor mundial de matérias-primas e prevê-se que cresça 4,2% entre 2018 e 2023 em termos de valor de mercado, com oportunidades de expansão em projetos tanto de infra-estruturas como residenciais e não residenciais.
No que diz respeito a Portugal e Alemanha, a cooperação e o intercâmbio entre os dois países são um dos principais pilares do relacionamento bilateral. O setor de construção alemã e portuguesa são um bom exemplo de cooperação e integração entre pequenas e médias empresas orientadas para a exportação . Tanto as empresas de construção alemãs como portuguesas concentram-se no trabalho de alta qualidade, fiabilidade e segurança. Nos últimos anos, tanto o governo alemão como o português investiram significativamente em projetos de infra-estruturas, incluindo a construção de estradas, linhas férreas e aeroportos, que contribuíram para o crescimento e desenvolvimento dos seus respectivos setores de construção. Embora estes projectos sejam muitas vezes geridos por organismos governamentais, são ainda largamente executados por pequenas e médias empresas. Ambos os países têm um forte espírito empreendedor e apoiam o desenvolvimento das pequenas empresas, encorajando o crescimento das empresas de construção locais e proporcionam-lhes muitas oportunidades de expandir as suas operações para novos mercados.
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